CONSUMO CONSCIENTE E MODA SUSTENTÁVEL: VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA?
Não é nenhuma novidade que o
planeta vem sofrendo com o excesso e o desperdício desenfreado que é lançado
todos os dias ao meio ambiente. A questão vem se tornando algo cada vez mais
discutido na indústria da moda e na cultura do consumo, afinal grande parte dos
acúmulos são gerados pelos dois lados. A partir desses fatores surgem
alternativas para engajar os consumidores a uma atitude mais consciente e
sustentável.
Também conhecida como
eco-fashion, a moda sustentável está ligada a forma como os produtos são
produzidos, minimizando os impactos ambientais e utilizando, por exemplo,
materiais como o algodão, que além de ser reciclável é biodegradável. Outra
medida é reduzir o uso de energia, água e produtos químicos na produção têxtil.
Marcas como a da britânica Stella McCartney e da brasileira Fabiana Milazzo são
provas de como o luxo e a sustentabilidade podem andar juntos. Enquanto uma não
utiliza peles e couro em seus modelos, a outra já criou peças com tecidos
fabricados com 70% de resíduos de algodão e 30% de garrafas PET e se tornou a
vencedora do prêmio nacional Design Sustentável ECOPET.
Outra forma de produção que vale
o questionamento é a condição que muitas lojas conhecidas como fast fashion
(moda rápida) impõe aos seus empregados. Com a sua fabricação concentrada em
grande parte de países com economia subdesenvolvida, o cenário é de mão de obra
barata, onde o salário chega a 2 dólares por dia e a fiscalização é zero. O
documentário francês “The True Cost” é uma obra que aborda o desabamento do
Rana Plaza, prédio que abrigava uma fábrica têxtil em Bangladesh, onde eram
fabricadas as roupas da gingante britânica Primark entre outras marcas
ocidentais.
O consumidor consciente é aquele
que se preocupa com os materiais usados na fabricação das peças que quer
adquirir. Além disso, evita descartar as roupas de forma irresponsável,
procurando doar o que não se usa mais ou utilizando outras ferramentas como o
aluguel em sites de roupas e a venda para brechós. Neste último caso, é o que
tornou um sonho em trabalhar com moda em algo rentável para a comerciante
Verônica Damazio, dona do brechó VVCloset, em São Gonçalo.
“Eu era uma consumista compulsiva
e com a crise no país comecei a fazer bazares entre as minhas amigas para
levantar uma grana extra. E aí depois da primeira edição eu vi que era uma coisa
que eu gostava de fazer e que me deixava feliz. Era quase que uma terapia.”
Depois de algumas edições,
Verônica começou a se interessar sobre o consumo inteligente que hoje é o lema
do seu negócio.
“O meu consumo é inteligente porque você vai
comprar uma peça e poder montar vários look’s com ela, além de pagar por um
valor muito abaixo do mercado. As
pessoas estão começando a perceber que elas não precisam comprar 10 roupas para
montar um look. Quando as clientes chegam eu falo para elas levarem somente
aquilo que realmente gostaram, porque senão elas não vão usar. Eu quero que as
pessoas consumam menos e usem mais aquilo que já tem.”
O importante é, além de estar ligada nas tendências, ficar atenta ao que se consome. Vamos continuar abordando esse assunto aqui no Fashion Talk para que possamos nos conscientizar cada vez mais.
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